Cachorro Fu lin: O Pequinês é uma raça muito antiga de cachorro miniatura, é originária da China. E apesar de ser um cachorro de pequenas dimensões, tem bastante personalidade e é bem valente. O seu aspecto é leonino, é independente e capaz de defender-se. O peso médio do Pequinês varia entre 2 e 8 kg. E foram os cachorros favoritos da corte imperial. O Pequinês também eram chamados de cachorro Fu (ou Fu Lin) pelos chineses, que os reverenciaram representando-os em várias obras de arte. Eram considerados espíritos guardiões, visto que se assemelham ao mítico leão chinês. A raça pequinêsa tem mais de 2000 anos de existência e mudou pouco no decorrer deste tempo, sendo sua origem muito provavelmente a resultante do cruzamento de cachorros do tipo Maltês e Terriers tibetanos (que originaram o Lhasa Apso) com os pequinesês já existentes nesta época.
Atualmente, os criadores modernos e juízes de competições caninas parecem preferir o tipo de pêlos longos ao tipo mais tradicional, de pêlo estilo spaniel. Um poema escrito pela imperatriz Tzu Hsi descreve aqueles que seriam os aspectos essenciais da raça e nos ajudam a entender como os chineses de então viam este cão. Os padrões da raça admitem praticamente todo tipo de combinação de cores. A mais comum é o sable vermelho; esta é a cor da maioria dos pequinesês do Westminster Kennel Club Dog Show. Preto e bronze são populares também, mas os dourados parecem ser os preferidos para cachorros de exposição. O pequinês totalmente branco (exceto a face) ou totalmente preto é deveras impressionante. É fundamental que a face (nariz, lábios e contorno dos olhos) seja negra e os olhos, marrons. Supostamente, há uma variante de pêlo azul (acinzentado) na linhagem pequinesa britânica. Os olhos do Pequinês são grandes, cristalinos, de cor escura e brilhante, levemente proeminentes e redondos.
As orelhas, em forma de coração, são providas com longas franjas. O pescoço é um pouco curto e grosso. O tronco é curto, mas com tórax amplo. A cauda é de inserção alta, posição rígida, levemente curva sobre o dorso, com franjas abundantes. Sua pelagem é longa e reta, com crina abundante que se estende atrás dos ombros, formando uma espécie de coleira ao redor do pescoço. O pêlo de cobertura é basto, com franjas abundantes nas orelhas, nos membros, nas coxas, na cauda e nos pés. Todas as cores e manchas são admitidas, e apreciadas igualmente, com exceção do albino e da cor de fígado. Os exemplares multicoloridos apresentam manchas bem definidas. O modo de andar bamboleante do Pequinês não tem similar no mundo canino. Visto que os chineses os criavam originalmente para fazer companhia ao imperador, suas damas da corte e eunucos, as pernas são arqueadas para desencorajar perambulações.
Todavia, eles o podem fazer e o farão, mesmo com cachorros maiores, quando permitido. É impressionante como as pernas arqueadas lhes permitem caminhar, correr ou trotar. Pelo padrão inglês, os pequinesês devem pesar até 5 Kg (machos) e 5,5 kg (fêmeas), e medir de 15 a 23 cm de altura nas espáduas, podendo viver entre 10 e 12 anos. Em competições, o padrão americano recomenda que animais acima de 7 kg sejam desclassificados. Cachorros pequinesês são temperamentais, geniosos e teimosos, porem sempre atendem quando o dono chama. Não são agressivos com outros cachorros se acostumando muito rápido com estes. O Pequinês é um cachorro amigo e muito fiel e é um otimo cachorro de companhia, e geralmente dedicam todo este carinho e fidelidade a uma só pessoa da família, podendo inclusive ter muito ciúmes e se tornar um cachorro bastante agressivo.
Devido a sua personalidade forte e atitude independente, mesmo sendo muito gentil e leal com seu dono, tem, no entanto um comportamento ciumento e teimoso, e é um cachorro que exige cuidado durante o convívio e interação com pessoas estranhas, pois pode não aceitar afagos ou gestos de carinho reagindo aos mesmos com violência. Na verdade o cachorro Pequinês é considerado mal humorado por pessoas que não tenham intimidade com os cachorros desta raça, graças ao gênio forte e a sua aparência um tanto altiva. Principalmente no caso de cachorros adultos,.entretanto depois que se acostumam, aceitam facilmente a presença destas pessoas na sua vida, e também adoram crianças. É um cachorro amigo, contente, e quando recebe carinho e é bem tratado pode até dar a vida pelo seu dono. O Pequenes foi introduzido no Brasil na década de 1960, e em fins da década de 1970 houve uma grande procura pela raça.
Fato este que estimulou a ganância dos criadores, e levou a ocorrência de vários cruzamentos equivocados, e já no início dos anos 1990 o Pequinês legítimo era raro no Brasil. E em relação a saúde, o principal problema do Pequinês envolve os seus olhos, que alem de se projetarem pra fora, também são grandes e sensíveis. E tambem o sistema respiratório, por conta de seu crânio pequeno e cara chata, e as alergias de pele. Um problema bastante comum são ulcerações nos olhos que podem se desenvolver espontâneamente. Além da Vacinação e Vermifugação permanentes deve-se atentar para a saúde e higiene do animal dando especial atenção a sua grande fragilidade, que são os olhos que devem ser mantidos sempre limpos com água boricada para que o cachorro não corra o risco de ficar cego como acontece, devido à falta de cuidados higiênicos necessários, com muitos exemplares desta raça.
Pequinesês dorsos longos demais se comparados às pernas, os fazem vulneráveis a lesões nas costas. Deve-se tomar cuidado ao erguê-los, para proporcionar suporte adequado para as costas: coloca-se uma mão sob o peito e outra sob o abdômen. Por causa das pernas curtas, alguns pequinesês têm problemas com escadas; e cachorros idosos podem não ser mais capazes de subir ou descer escadas sozinhos. Manter a pelagem do Pequinês saudável e apresentável exige que ela seja escovada pelo menos uma vez ao dia, embora alguns criadores admitam que isso possa ser feito apenas três vezes por semana, a escovação diária lhe permitirá levar seu cachorro ao tosador apenas de 3 em 3 meses. Todavia, se o cachorro se sujar e a sujeira secar no pêlo, será necessário levá-lo ao tosador, posto que seja difícil para um leigo fazer a limpeza sem machucar o cachorro.
Análises de DNA recentes indicam que o Pequinês são cachorros, em que a raça está entre as mais antigas do mundo. Pelo menos desde a Dinastia Ming (1368-1644), sua posse estava restrita aos membros da corte imperial chinesa, sendo que o cruzamento e a criação ficavam a cargo dos eunucos. Estes, por sinal, disputavam arduamente entre si as boas graças dos governantes, tentando produzir os exemplares mais ferozes e de aparência mais leonina. Companhias constantes do imperador, quando este seguia para o salão de audiências, muitos dos seus pequenos companheiros lideravam a procissão anunciando sua chegada com latidos agudos (uma dica para que os simples mortais virassem o rosto para o outro lado). À noite, eles carregavam lanterninhas penduradas nos pescoços. Ao longo dos primeiros dois séculos da Dinastia Manchu (1644-1912), o pequinês e o Lhasa Apso eram mais parecidos entre si do que são hoje.
Mas foi somente nos últimos 100 ou 150 anos que programas especializados de cruzamento na Cidade Proibida e no Ocidente estabeleceram uma conformidade que permitisse distinguir claramente entre ambas as raças. Durante a Segunda Guerra do Ópio, em 1860, a Cidade Proibida foi invadida pelas tropas inglesas. E O imperador Xianfeng fugiu com toda a sua corte. Todavia, uma tia idosa do imperador ficou para trás e, quando os ‘diabos estrangeiros’ entraram, ela suicidou-se. Junto do corpo, os soldados encontraram cinco pequinesês que pranteavam sua morte. Os animais foram recolhidos pelos ingleses antes que o Velho Palácio de Verão fosse queimado. Lord John Hay levou um casal, posteriormente chamados de ‘Schloff’ e ‘Hytien’ e os deu à sua mãe, a duquesa de Wellington, esposa de Henry Wellesley, 3° duque de Wellington. Sir George Fitzroy levou outro casal, e os deu para seus primos, o duque e a duquesa de Richmond e Gordon; este dois que receberam o prefixo de Goodwood, são os fundadores da linhagem inglesa. O tenente Dunne presenteou o quinto pequinês para a rainha Vitória do Reino Unido, que o denominou Looty.
A Imperatriz Viúva Tzu Hsi presenteou com pequineses vários americanos, incluindo John Pierpont Morgan e Alice Lee Roosevelt Longworth, filha de Theodore Roosevelt. Os primeiros pequinesês na Irlanda foram introduzidos pelo Dr. Heuston. Ele fundou clínicas de vacinação contra varíola na China e o efeito foi dramático. Em reconhecimento, o ministro chinês Li Hung Chang presenteou-o com um casal de pequinesês. Eles foram chamados de Chang e Lady Li. O Dr. Heuston fundou o canil Greystones. O ápice do pequinês como queridinho dos palácios imperiais chineses ocorreu durante o reinado da Última Imperatriz (Tzu Hsi), que ascendeu ao poder em 1861. Para obter prestígio, ela se fez cercar dos diminutos "cães-leões", insistindo para que sua semelhança com o leão fosse tão próxima quanto possível. Após a morte dela em 1908, os serviçais da corte mataram a maior parte dos animais para que eles não caíssem em mãos indignas. Os poucos que escaparam desapareceram em residências particulares sem deixar vestígios; não fosse a raça estar firmemente estabelecida no Ocidente, teria muito provavelmente sido extinta nesta ocasião.
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