Cachorros Guias de Deficientes Visuais: Entre as muitas atividades que os cachorros desempenham com muita dedicação e eficiência em prol do beneficio das pessoas, uma delas é especialmente reconhecida, que é a de cachorros de servem de guia a pessoas que são deficientes visuais, ou cegas. Porem aqui no Brasil ainda são poucas as pessoas que contam que esse precioso auxílio, mas aos poucos as associações começam a investir em projetos de capacitação e treinamento de cachorros para esta função. Para completar o quadro, a ignorância e a falta de solidariedade ainda chegam a impedir que os portadores de deficiência visual possam transitar livremente com seus cachorros em locais públicos.
Isso mostra a falta de intimidade do Brasil com a questão da inclusão do deficiente à sociedade, basta observar que há somente 16 cachorros-guia em todo o Brasil, sendo que inclusive todos foram treinados no exterior. Ao contrário, nos Estados Unidos e Europa essas associações e fundações tem um trabalho extremamente sofisticado e reconhecido pela comunidade e pelos criadores que doam filhotes para essa função. E vão além, algumas montaram seus próprios canis com o objetivo de garantir que haja sempre a renovação e incorporação de novos cachorros que cumpram essa função. E a escolha das raças caninas a serem utilizadas para a função de cachorro guia é bastante diferente dependendo do país.
Mas de maneira geral as mais utilizadas são a raça Pastor Alemão, Golden Retriever e Retriever do Labrador, mas isso não quer dizer que apenas estas ração tenham aptidão para serem treinadas. Na Nova Zelândia, por exemplo, até mesmo os simpáticos vira-latas podem ser treinados para serem um cachorro-guia. E as principais qualidades que devem ser procuradas nos cachorros que desempenham está função são temperamento dócil e equilibrado, facilidade de adaptação a novas situações, tamanho, tipo de pelagem, inteligência e facilidade em aprender, uma vez que o cachorro terá que passar por um longo período de treinamento que o capacitará a desempenhar uma série de funções fundamentais para o bem estar do seu responsável.
E o processo de treinamento inicia-se já logo após o nascimento, quando então o candidato a cachorro-guia é observado até a 8ª semana de vida para verificação da saúde, temperamento e espírito de liderança. Se for aprovado, passa por um período de socialização e convivência com humanos que dura aproximadamente 1 ano, durante o qual será cuidado por uma família voluntária. E enquanto estiver sob os cuidados da família tempóraria, o cachorro deverá ser exposto ao maior número de informações e experiências possíveis, saindo para passear todos os dias, a pé ou de carro, para diferentes lugares, tranquilos e movimentados, tendo bastante contato com muitas pessoas, entrando em lojas e restaurantes, fazendo viagens com a família, participando de todos os acontecimentos familiares e logicamente entrando em casa.
É também durante esta fase que é feito o adestramento básico de obediência de forma caseira, mas também orientada pelo instrutor, onde o cachorro aprende o "senta", o "deita", o "fica", parar para descer ou subir escadas, parar para atravessar a rua, andar do lado esquerdo e um pouco à frente, saber se comportar educadamente e tranquilamente em todos os lugares por onde andar, como também nos taxis, ônibus, metrôs, entre outros. Somente depois ele voltará para a escola onde será treinado para o trabalho por aproximadamente 7 meses, e os cachorros que não se qualificarem como "guias" serão utilizados como cachorros de companhia para pessoas com dificuldade de locomoção, farejadores ou outras atividades. Neste período de treinamento, os adestradores, com formação técnica específica para esse fim, proporcionam aos cachorros o contato com diversos ambientes e novas situações de uma forma gradual.
E quando o cachorro atinge a idade de 1 ano, ele deve começar o treinamento específico para a função de cachorro-guia, por mais ou menos 3 meses, vai ser trabalhado pelo adestrador, verificando o aprendizado que recebeu enquanto vivia com a família voluntária, fazendo-se as devidas correções e aperfeiçoando o adestramento básico de obediência. O adestrador reforçará e aperfeiçoará a condução do cachorro em linha reta e posicionado à sua esquerda, fazer o fica a qualquer momento, parar e sentar para atravessar ruas, estar desviando de obstáculos elementares, ou seja, buracos no chão, poças d'águas, latões, sacos de lixo, e estar atento a toda e qualquer situação que possa surgir, durante os treinos.
E logo assim que o cachorro se adaptou ao seu adestrador, podemos introduzir o peitoral específico de guia, para irmos completando o equipamento de uso. Ao término destes 3 meses iniciais, e dependendo da performance do cachorro, é iniciado a adaptação do cachorro ao uso do peitoral específico de guia. Nesta fase ele dever ir se acostumando ao novo material e também deve ter mais atenção e concentração do cachorro, fazendo os exercícios num percurso mais complicado, diversificando mais situações e reforçando sempre sua atenção aos obstáculos, fazendo com que desvie sem esbarrar e mostrando ao cachorro que deve haver espaço para os 2 poderem passar.
Após o período de educação específica, o cachorro estará pronto para o contato com o seu futuro respons´vel, situação esta que será personalizada, isto é, respeitará as características do cego e do seu ambiente procurando se adaptar e se adequar da melhor forma as situações de seu cotidiano. O mais importante, durante todo esse processo é a boa condução do cachorro, levando-se em conta o temperamento do cachorro, e não exigindo dele mais do que de fato esteja preparado a fazer. Até mesmo as repreensões devem que ser equilibradas, pois não podemos ter um cachorro medroso e sem iniciativa. E quando o trabalho do adestrador com o cachorro estiver pronto, é chegada a hora de promover a integração do cachorro com o cego. Esse processo pode durar cerca de 3 semanas, durante o qual o usuário vai receber todas as orientações necessárias de como cuidar e manter este cachorro e, principalmente, como usá-lo como seu guia.
Os cachorros-guia tanto machos quanto fêmeas são entregues aos seus usuários já castrados, e esta medida tem como o objetivo evitar os problemas que naturalmente surgirão e que são decorrentes da propria maturidade sexual dos cachorros, que ocorre normalmente entre os 12 e os 18 meses. A principio os cuidados especiais que se devem ter com os cachorros-guias de cego, são de certa forma basicos e simples, como o de não ser tocados por pessoas estranhas durante o seu expediente ou horário de trabalho, e principalmente não se deve distraia-lo ou tentar brincar com ele enquanto ele estiver desempenhando a sua atividade principal, pois o cotidiano do seu dia-a-dia é bastante diversificado e consequentemente estressante, e devido a isto ele deve ser preservado e respeitado.
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