Feridas no Anus - Cachorros: A grande maioria das pessoas normalmente não têm o hábito de inspecionar a área sob a cauda de seu cachorro. E geralmente só o faz, quando o cachorro parece estar fazendo algo que possa vir há indicar a existência de algum problema. Pois quando um cachorro começa a querer lamber sob a sua cauda, ou fica esfregando a sua extremidade traseira no chão, ou também sente algum incomodo ou dor ao sentar ou tentar levantar a sua cauda. E ai quando chega a este ponto, e a cauda do cachorro finalmente é levantada para que seja inspecionado o seu ânus. Pode ser que já haja a presença avançada de uma fístula perianal, mostrando profunda fendas abertas, e também com a presença de pus escorrendo, em todo o seu esfíncter anal.
Que inclusive exala um forte e fétido odor, que é ainda mais acentuado no momento em que o cachorro vai defecar, e que pode ser notado também um grande esforço por parte do cachorro para poder defecar. Entretanto está condição é variável, e ela tanto diminui, como evolui ao longo do tempo, porem a cada nova manifestação, ela tende a ser cada vez a ser mais abrangente, e em última análise ela é gradualmente progressiva, provocando a cada nova manifestação, maiores e mais profundas feridas ulceradas na superfície do ânus e em seus arredores. E inclusive não existe uma prevenção, pois não se sabe o que possa vir a causar ou desencadear está condição.
Porem pesquisas e informações recentes sugerem uma base imunomediada, e que também parece haver alguma base genética especificadamente com a raça do cachorro Pastor Alemão. Que parecem predispostos ao desenvolvimento desta condição, embora este fenômeno pode ser mais sobre a conformação do que a cerca de um fator genético específico para a doença. E o cachorro Pastor Alemão também tem um aumento do número de glândulas sudoríparas apócrifas, o tipo de glândulas sudoríparas que produzem suor fedido oleosa (em oposição ao suor aguado), na região anal em relação a outras raças, inclusive mais de 80% dos cachorros afetados são da raça Pastor Alemão.
E a idade média do início da manifestação é de 5 anos aproximadamente, e a proporção genérica é de que o dobro dos cachorros machos são afetados, em relação as fêmeas. Entretanto nem sempre as grandulas anais, podem estar associadas a presença da Fistula perineal, pois as glândulas anais podem ou não estar envolvidos no desenvolvimento da fistulização. Inclusive a biópsia é necessária para poder se confirmar um diagnóstico preciso, pois varias doenças como as características e condições a seguir podem parecer semelhantes a fístula perianal:
Anus hiperplásica (comum em cães machos não castrados mais velhos)
Perianal Adenoma (tumor benigno também comum em cães machos não castrados mais velhos)
Entretanto após a confirmação do diagnóstico, há vários aspectos sobre o tratamento e a sua terapia. Pois do inicio do tratamento até o começo da cicatrização, pode vir a demorar aproximadamente de 2-5 meses, que é o estágio quando se consegue ter a minimização das lesões, e também te-las sob controle. Porem é necessário que o tratamento e consequentemente a terapia de manutenção, provavelmente venha a ser necessário para o resto da vida do cachorro. E como as lesões ainda continuam sendo comumente infectados pelo menos no início do tratamento, os antibióticos são tipicamente prescritos. E a administração de um antibiótico tópico pode ser útil para controlar a infecção a longo prazo.
E devido as ulcerações, a defecação geralmente pode ser doloroso, e para minimizar o esforço e consequentemente as dores provocadas, laxantes podem ser prescritos. E também a dieta deve ser rica em proteínas, entretanto deve-se ter cuidados com a alergia alimentar, que parece ser uma possível etiologia desta condição. E a utilização de alimentos em que o cachorro não venha a ser alérgico, tem sido uma terapia adjuvante bastante utilizada e recomendado. No entanto, estas dietas geralmente são feitas a partir de fontes de proteínas incomuns, como coelho, pato, canguru, peixe ou carne de veado, porem a maioria dos hospitais veterinários tem estoque com um alimento apropriado.
Faz-se também o uso de drogas imunossupressoras, como a droga ciclosporina , que é um imunomodulador usado originalmente para pacientes de transplante de órgãos. E como está droga é relativamente caro, a sua dose pode ser efetivamente diminuída com uso concomitante do medicamento antifúngico cetoconazol, pois o seu uso aumenta os níveis sanguíneos de ciclosporina. Pois a absorção da ciclosporina varia muito entre os indivíduos, sendo então necessário que os níveis sanguíneos terapêuticos sejam monitorados, com exames de sangue constantes para garantir níveis mínimos e adequados de absorvição de ciclosporina sejão atingidos.
Outro protocolo de imunossupressores envolve as drogas prednisolona , azatioprina , e metronidazol, e são particularmente úteis para pacientes com concomitante doença inflamatória intestinal . Este protocolo é substancialmente menos oneroso do que a ciclosporina, porem percentualmente em media 30% dos cachorros, os seus respectivos organismos acabam não reagindo a este tipo de tratamento. E também um creme tópico chamado tacrolimus, pode ser usada junto com medicação oral, porem somente para casos muito leves. Este também é um imunomodulador, e é muito mais forte do que a ciclosporina.
Seja qual for o protocolo de imunossupressores, é melhor reavaliar o paciente a cada 3 a 5 semanas para juntamente com o medico veterinário ver se as correções e modificações são necessárias. Inclusive antes do advento da ciclosporina, fístulas perianais eram tratados somente cirurgicamente, e com resultados nem sempre satisfatórios. Porem atualmente, a cirurgia é recomendada apenas para pacientes, no qual a imunossupressão falhou, ou onde também as glândulas anais estão envolvidos. Pois o objetivo principal da cirurgia é remover o tecido morto e proliferativo, e prevenir ou tratar qualquer estenose anal ou retal (áreas de estreitamento causado pela cicatrização), e alterar o "ambiente" da região perineal.
E também a amputação da cauda pode vir a ser necessária, inclusive através da avaliação pratica, feita por médicos veterinários a amputação da cauda corresponde sozinha por mais de 80% de sucesso na prevenção da recorrência das fístulas. E também se as glândulas anais estiverem envolvidos com a manifestação e o desenvolvimento das fístulas, elas igualmente terão que ser removidos. Em casos mais leves, a cauterização química de fístulas, que destrói o tecido afetado e permite que o tecido sadio possa se curar, dependendo do grau de avanço da doença, pode ser a melhor opção. E também a Crioterapia, onde um agente de congelamento é usado em vez de um químico, tem sido menos eficaz, inclusive deixando mais cicatrizes, e também tendo menos controle sobre a área tratada.
E a terapia a laser, por outro lado, tem sido de 95% de sucesso na prevenção da recorrência e controle da dor, onde 20% dos cachorros tratados tendem a desenvolver incontinência fecal, porem a grande maioria destes casos, podem ser controlados através de uma dieta. E também quanto mais extensa a cirurgia, maior é o potencial de ocorrência de complicações, e laxantes são normalmente necessários até um mês após a cirurgia, principalmente para se evitar e se aliviar a dor, e o responsáveis devem fazer com todo o cuidado e sempre que for necessário a higienização da área anal. Pois a incontinência fecal, devido ao estreitamento do ânus, e incapacidade de controlar a fistulização são as principais complicações pós cirúrgicas.
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